Coringa: Delírio a Dois, o musical de um mundo de loucura
- Caio Weber
- Atualizado: Quinta, 26 Setembro 2024 15:16
- Views: 129
“Coringa: Delírio a Dois” descreve um tipo de loucura compartilhada — talvez dois corações intensos em sintonia ou uma colisão mental em uma mente já perturbada. Quando Arthur Fleck, o Coringa, encontra Harleen “Lee” Quinel, a Arlequina, no ousado e alucinante retorno do diretor e co-roteirista Todd Phillips à história de origem de 2019, que arrecadou bilhões, Coringa: Delírio a Dois, tudo isso parece se manifestar.
O primeiro trailer deste novo filme, que pode ser descrito como musical, mas que vai muito além disso, utiliza o clássico “What the World Needs Now Is Love” de Burt Bacharach e Hal David, talvez sugerindo o que Phillips e o co-roteirista Scott Silver querem transmitir. A conexão entre Arthur (Joaquin Phoenix) e Lee (Lady Gaga) resulta numa estranha história de amor em um mundo que caminha para o caos.
Desde o primeiro filme, a ideia de que a música vive dentro de Arthur, esperando para se libertar, sempre esteve presente. Assim como o alter ego pintado de palhaço estava à espreita, a música neste filme também explode em grande estilo, dentro de um mundo de fantasia que contrasta com a dura realidade de Gotham City. Sem o visual típico das histórias em quadrinhos, o filme inicia de maneira inesperada, como um clássico Looney Tune da Warner Bros., só que, em vez de Pernalonga, quem aparece é o Coringa, anunciando uma colisão entre fantasia musical e violência brutal.
Veja também
- Códigos de erro Disney
Coringa: Delírio a Dois, o caos de um universo dividido
A animação criada pelo renomado Sylvain Chomet homenageia os desenhos animados antigos enquanto prenuncia o caos do universo dividido na mente do Coringa. A narrativa, ambientada dois anos após Arthur ter assassinado Murray Franklin ao vivo na TV, o encontra em Arkham, uma instituição psiquiátrica, aguardando julgamento. Enquanto isso, ele se tornou um ícone obsessivo para muitos, incluindo Lee, uma paciente fascinada por sua ascensão infame. À medida que eles se conectam, o mundo ao redor de Arthur se torna mais vibrante e a história se transforma em um musical surreal.
Apesar de Gaga ser uma cantora excepcional e Phoenix ter interpretado Johnny Cash, suas versões musicais aqui são introspectivas e silenciosas, refletindo a profundidade emocional dos personagens. Com referências a musicais clássicos como Pal Joey e The Band Wagon, Phillips mistura fantasia e realidade de forma inovadora, utilizando a música para avançar a narrativa.
Diálogos emocionais e não apenas números típicos dos musicais
As escolhas musicais refletem a trama de forma artística, incluindo canções como "Bewitched, Bothered and Bewildered", “That's Entertainment” e "That's Life", esta última com uma performance marcante de Gaga. Ao longo do filme, as músicas não surgem como números típicos de um musical, mas sim como diálogos emocionais entre os personagens, enquanto o público fora do tribunal de Gotham delira por Arthur, agora visto como um herói cultural, uma crítica ácida à sociedade obcecada por entretenimento sensacionalista.
Com atuações poderosas, Phoenix e Gaga trazem uma nova profundidade ao Coringa e à Arlequina, enquanto o filme flerta com questões sociais, violência e o significado de fama. O elenco de apoio, incluindo Brendan Gleeson e Catherine Keener, além dos valores de produção impecáveis, como a cinematografia de Lawrence Sher e a trilha sonora de Hildur Guðnadóttir, contribuem para a grandiosidade do projeto.
Todd Phillips, com Coringa: Delírio a Dois, apresenta um musical como nunca visto antes, onde música, violência, comédia e drama se misturam num espetáculo único.
Estreia de Coringa: Delírio a Dois
Coringa: Delírio a Dois estreia em outubro de 2024, com produção de Phillips, Emma Tillinger Koskoff e Joseph Garner.
Ficha técnica:
Título: Joker: Coringa: Delírio a Dois
Direção: Todd Phillips
Elenco: Joaquin Phoenix, Lady Gaga, Brendan Gleeson, Catherine Keener, entre outros
Duração: 2h18min
Classificação: Maiores de 16 anos
Veja também
- O melhor filme de Coppola, segundo ele mesmo