Megalópolis, o melhor filme de Francis Ford Coppola, segundo ele mesmo
- Caio Weber
- Atualizado: Segunda, 30 Setembro 2024 16:38
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O novo filme de Francis Ford Coppola, Megalópolis, é um dos lançamentos mais esperados de 2024, e o novo trailer divulgado no dia 25 trouxe cenas inéditas que aumentaram a expectativa em torno da produção. Filmado em IMAX, o filme promete uma experiência cinematográfica mais imersiva, algo que tem se tornado cada vez mais popular entre diretores visionários que buscam maximizar o impacto visual e emocional de suas obras. A escolha pelo formato é significativa, já que destaca a grandiosidade da produção e a ambição de Coppola em entregar uma obra que transcenda o convencional.
O enredo de Megalópolis é ambientado na fictícia Nova Roma, uma cidade que serve como palco para o embate entre duas visões de mundo: de um lado, o idealista Cesar Catilina, interpretado por Adam Driver, e, do outro, o prefeito ganancioso Franklin Cicero, vivido por Giancarlo Esposito. A tensão política e filosófica entre esses personagens reflete debates contemporâneos sobre poder, ética e a natureza da humanidade. A personagem de Julia Cicero (Nathalie Emmanuel) parece ser o ponto de equilíbrio dessa disputa, sendo forçada a escolher entre a lealdade familiar e o amor, enquanto carrega a responsabilidade de decidir o futuro da sociedade.
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Coppola descreve Megalópolis como o "melhor trabalho" de sua carreira
Coppola, conhecido por criar clássicos como O Poderoso Chefão e Apocalypse Now, tem descrito Megalópolis como o "melhor trabalho" de sua carreira, uma declaração ousada, dada sua vasta e renomada filmografia. O filme conta com um elenco de peso, que inclui Dustin Hoffman, Shia LaBeouf, Aubrey Plaza e a cantora Grace Vanderwaal, o que aumenta ainda mais a expectativa sobre as performances que darão vida a essa narrativa épica.
A escolha de estrear o filme no Festival de Cannes, em maio deste ano, reforça o prestígio e a complexidade artística da obra. Cannes é conhecido por ser um palco para filmes autorais e inovadores, o que sugere que Coppola pretende não apenas entreter, mas também desafiar o público com uma obra que levanta questionamentos profundos sobre a civilização, o poder e o destino da humanidade.
Francis Ford Coppola idealizou Megalópolis pela primeira vez ainda na década de 1980, um período em que ele já havia consolidado seu status como um dos maiores diretores de Hollywood após sucessos como O Poderoso Chefão e Apocalypse Now. A ideia original era criar uma narrativa épica sobre a construção de uma utopia, em uma metrópole futurista, que seria um comentário profundo sobre a sociedade moderna, as lutas pelo poder, e o destino da civilização.
O projeto foi uma obsessão pessoal para Coppola por décadas, mas enfrentou diversos obstáculos ao longo dos anos. Nos anos 2000, ele chegou a se preparar para rodar o filme, mas os eventos trágicos do 11 de setembro mudaram drasticamente o clima cultural e político, levando Coppola a pausar o projeto. A narrativa de Megalópolis, que envolve o conflito entre utopia e destruição, ficou, na visão do diretor, muito próxima da realidade que o mundo enfrentava naquele momento. Ele, então, decidiu que o filme deveria esperar.
Um roteiro construído ao longo dos anos
Coppola continuou a trabalhar no conceito, revisando e refinando o roteiro ao longo dos anos, o que também permitiu que ele amadurecesse ainda mais a visão estética e filosófica por trás da trama. Nos últimos anos, com o advento de novas tecnologias cinematográficas, como o formato IMAX e efeitos visuais avançados, ele encontrou o momento certo para finalmente dar vida ao seu projeto mais ambicioso.
A paixão de Coppola por Megalópolis reflete seu desejo de ir além do que já conquistou no cinema, criando uma obra que, segundo ele, combina elementos de épico romano, filosofia política e uma reflexão sobre o futuro da civilização. O diretor sempre teve um olhar inovador e, com este filme, parece querer solidificar ainda mais seu legado ao explorar temas universais como o poder, a decadência e o renascimento social, agora sob a lente de um projeto que ele vem desenvolvendo há quase quatro décadas.
Essa longa gestação torna Megalópolis ainda mais simbólico
Ele representa não apenas um retorno de Coppola às grandes produções, mas também um fechamento de ciclo criativo. Ao longo dos anos, o filme foi se moldando às mudanças do mundo, tornando-se uma metáfora viva para os desafios e as transformações que a humanidade tem enfrentado desde que o diretor concebeu a ideia, nos anos 80. Agora, em 2024, Megalópolis finalmente vê a luz do dia, tornando-se um marco tanto pessoal quanto artístico na carreira do cineasta.
Megalópolis chega aos cinemas brasileiros em 31 de outubro, e a antecipação é grande. Além de ser um retorno triunfal de Coppola à direção de grandes épicos, o filme também se apresenta como uma reflexão sobre o nosso presente, usando a alegoria de Nova Roma para explorar temas que ressoam no cenário político e social atual.