Um computador quântico poderia quebrar a criptografia do Bitcoin?
- MundoZ! Tecnologia
- Atualizado: Sexta, 27 Junho 2025 17:09
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É possível que em uma década um computador quântico possa literalmente quebrar a criptografia do Bitcoin e assim, seria possível recuperar os mais de 100 bilhões de dólares em BTC que supostamente teriam sido deixados para trás pelo criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto.
Imagine um futuro próximo onde bilhões de dólares em Bitcoin simplesmente somem da blockchain. Quem teria esse poder? A resposta pode estar na computação quântica.
Segundo especialistas, estamos a menos de 10 anos de ver um computador quântico poderoso o suficiente para quebrar os sistemas de segurança atuais, incluindo a criptografia que protege o Bitcoin. Isso levanta um alerta vermelho para toda a comunidade cripto — especialmente em relação aos cerca de 1,1 milhão de BTC que estão parados desde 2009 e são atribuídos ao misterioso criador do Bitcoin, Satoshi Nakamoto.
O que está em jogo?
O que está em jogo é, nada mais, nada menos do que 1,1 milhão de BTC equivalem hoje a mais de US$ 100 bilhões em moedas nunca foram movimentadas desde que foram mineradas. Tudo protegido por uma chave criptográfica que, até hoje, seria "inquebrável".
Mas a computação quântica pode mudar isso.
Como funciona a segurança do Bitcoin?
O Bitcoin utiliza um sistema baseado em criptografia de curva elíptica (ECDSA) para proteger as carteiras. Funciona assim:
Quando geramos um novo endereço na rede Bitcoin, o sistema gera uma chave pública que por sua vez é derivada de uma outra chave, a chave provada;
Sendo que inverter este processe, das chaves públicas e privadas, precisa ser totalmente impossível, pois a segurança da rede depende inteiramente disso;
Atualmente, com computadores clássicos, isso levaria bilhões de anos. Mas com um computador quântico de algumas milhares de qubits lógicos, essa barreira pode cair em questão de horas ou minutos.
O que a computação quântica pode fazer?
Um computador quântico suficientemente avançado poderia:
Derivar a chave privada de um endereço de Bitcoin ativo, apenas observando a chave pública (exposta em qualquer transação);
Assinar transações falsas, assumindo o controle dos fundos da carteira;
Roubar criptomoedas, inclusive aquelas que não estão mais sendo movimentadas — como os BTC de Satoshi.
Por que ninguém conseguiu quebrar a criptografia do Bitcoin, ainda?
A tecnologia ainda está nos estágios iniciais.
Embora empresas como Google, IBM e startups como IonQ e PsiQuantum estejam fazendo progresso, ainda não temos qubits estáveis e corrigidos por erro em grande escala.
Mas o ritmo de avanço é exponencial — e muitos cientistas alertam que, até 2035, isso pode se tornar realidade.
E se alguém roubar os Bitcoins de Satoshi?
Essa hipótese levanta várias questões:
1. Prova de que a computação quântica chegou lá
Se os BTC de Satoshi forem movimentados por um terceiro, isso será uma evidência pública de que a criptografia do Bitcoin foi quebrada — um momento de "fim da inocência" para o mercado.
2. Impacto catastrófico no preço do BTC
A confiança no sistema pode ruir. Se a segurança da rede for considerada vulnerável, os investidores podem sair em massa.
3. Atualização forçada do protocolo
Desenvolvedores do Bitcoin teriam que correr para atualizar o sistema com criptografia resistente à computação quântica (quantum-resistant algorithms).
O Bitcoin vai sobreviver à era quântica?
Sim — mas com adaptações, o Bitcoin pode ser atualizado com criptografia pós-quântica como:
Lattice-based cryptography;
Hash-based signatures;
Multivariate polynomial cryptography.
A grande questão é quando e como essa transição será feita — e se os fundos de carteiras antigas (como a de Satoshi) estarão protegidos ou não.
Concluindo, a computação quântica é uma espada de dois gumes: promissora em áreas como medicina, física e simulações complexas, mas devastadora para sistemas baseados em criptografia atual. O Bitcoin — e todos os criptoativos — precisam começar a se preparar agora.
O possível "roubo" dos BTC de Satoshi pode não ser apenas uma teoria futurista, mas um sinal de que entramos numa nova era digital — onde o impossível se torna realidade quântica.