Google em Xeque: IA, regulação e relevância dos buscadores
- Caio Webber
- Atualizado: Quarta, 25 Junho 2025 14:00
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O Google, por anos líder absoluto nas buscas online, enfrenta um cenário desafiador. De um lado, a ascensão das inteligências artificiais (IA) começa a mudar a forma como as pessoas acessam informação. De outro, uma decisão histórica do Supremo Tribunal Federal (STF) no Brasil ameaça seu modelo de operação no país.
Neste artigo, você vai entender:
Por que a IA está tornando os buscadores tradicionais menos relevantes.
O que muda com a decisão do STF sobre o Marco Civil da Internet.
E quais são os impactos disso para empresas, produtores de conteúdo e usuários.
IA está tornando o Google irrelevante?
Nos últimos anos, ferramentas como ChatGPT, Gemini, Perplexity e Claude revolucionaram a maneira de obter informações. Esses sistemas de IA retornam com repostas rápidas e totalmente personalizadas de acordo com o que o usuário espera, e é claro que isso é um risco, mas de qualquer forma acaba eliminando por completo a necessidade de o usuário ter visitar sites e blogs em busca da informação.
Principais mudanças no comportamento dos usuários:
As pessoas estão deixando de fazer buscas tradicionais.
Elas querem respostas prontas, roteiros, soluções completas — e não apenas uma lista de links.
A IA entrega isso de forma muito mais ágil.
O fim dos cliques?
O lançamento do AI Overviews pela Google vem apenas confirmar o que os profissionais de SEO e proprietários de sites e blogs já notaram há alguns meses, as repostas geradas por sistemas de Ia fizeram o tráfego despencar sensivelmente.
Isso gera uma crise no modelo de negócios da internet, que depende de acessos para monetizar anúncios, blogs e portais.
Impacto da IA: Bolhas de Informação e Menos Pluralidade
Benefícios:
Mais rapidez.
Respostas objetivas.
Economia de tempo.
Os riscos:
Bolhas de confirmação: a IA tende a fornecer respostas alinhadas às suas preferências, reforçando seus vieses.
Menor pluralidade de fontes: você recebe uma resposta, mas não vê todas as opções disponíveis na web.
Desvalorização da produção de conteúdo: blogs, sites de notícias e portais perdem relevância e receita.
A decisão do STF e o fim da “Imunidade” das Big Techs
O STF derrubou parte do Artigo 19 do Marco Civil da Internet, que protegia plataformas de serem responsabilizadas por conteúdos gerados por usuários — exceto quando houvesse ordem judicial para remoção.
A partir de agora:
Plataformas como Google, Meta, X (Twitter) e YouTube podem ser responsabilizadas diretamente.
Devem remover conteúdos considerados “manifestamente ilícitos” de forma imediata, sem necessidade de decisão judicial.
O problema:
O conceito de "manifestamente ilícito" é vago e subjetivo, o que abre margem para:
Censura preventiva, com remoção excessiva de conteúdos para evitar processos.
Ou, no extremo oposto, falha na remoção e punições legais.
Por que isso impacta o Google no Brasil?
O Google declarou que essa decisão:
“Restringe sua atuação no país”.
Cria um ambiente jurídico mais arriscado e imprevisível.
Pode gerar censura, prejudicando tanto usuários quanto criadores de conteúdo.
Além disso, a empresa já enfrenta outros embates no Brasil, como exigências judiciais para fornecer dados de usuários envolvidos em casos de disseminação de fake news e outros crimes digitais.
O futuro da busca: O fim dos buscadores?
As tendências são claras: O modelo de busca por links está em declínio. As pessoas vão interagir cada vez mais com agentes de IA, que não apenas informam, mas também executam tarefas: planejam viagens, fazem resumos, preparam contratos, geram imagens, vídeos e códigos.
O desafio:
Como garantir pluralidade de informação, liberdade de expressão e combate à desinformação em um ambiente dominado por IA e por decisões judiciais rígidas?
Concluindo, estamos diante de uma mudança sem precedentes na história da internet. A combinação do avanço das inteligências artificiais com o endurecimento das leis e decisões judiciais — como a do STF no Brasil — está redefinindo o papel dos buscadores, das plataformas digitais e até do próprio conceito de acesso à informação.
Empresas, criadores de conteúdo e usuários precisarão se adaptar rapidamente. Quem não entender esse novo cenário, ficará para trás.
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